quinta-feira, 26 de abril de 2018


O Desejo Insaciável
         A criança de quatro anos, ao passear com sua mãe, logo avista a grande loja de brinquedos. Bonecas de diversos tipos, bichinhos de pelúcia, pistas de carrinhos, fábricas de massinha, brinquedo engenhosos e modernos, apenas naquela vitrine, que, para a criança, era um sonho em forma de brinquedo. Já para mãe, era apenas uma loja que a menina logo pediria para entrar.
         E como a mãe já imaginava, a filha apenas com um olhar meigo deixa claro de que quer entrar. A mãe avisa, pela quinta vez só nessa tarde, que a menina não poderá entrar na loja. Pois, no exato momento que entrar, irá pedir uma dúzia de brinquedos. E como ela já tinha ganhado cinco brinquedos só nesse mês, a mãe não compraria mais nada.
         A menina, já desesperada, diz que só quer entrar e ver os brinquedos e não comprar nenhum. Então a mãe, convencida pela fofura da garota, entra na loja. Os olhos da menina brilham de alegria. E, sem resistir, ela traz alguns brinquedos para perto da mãe, que balança a cabeça em negação ao pedido. A filha, sem saber o que fazer, começa a chorar e berrar. Todos da loja olham para o escândalo da menina, e a mãe da um sorrizinho  para disfarçar. A garota diz que não vai sair da loja se a mãe não comprar os brinquedos. E a mãe tomando uma atitude, sai da loja, esperando que a menina, com medo, a siga. Mas a garotinha fica imóvel com os olhos cobertos de lágrimas. E então a mãe, já irritada, entra na loja e arranca um dos brinquedos da mão da criança, joga no caixa pagando com uma cara de ódio.
          Nos próximos três dias, a menina não largava o brinquedo. Era um coelhinho de pelúcia com o pelo branco e os olhos vermelhos, que ela levava para todo canto, exibindo-o para todas as crianças do bairro, da pracinha e da escola. Parecia mesmo que em fim ela havia se apegado a algum brinquedo. Mas bastou passar uma semana para o coelhinho ser esquecido nas prateleiras do quarto, junto dos outros milhares de brinquedos esquecidos pela menina. E lá estava ela, entediada numa plena tarde de domingo, deitada ao chão da sala, se queixando de não ter nenhum brinquedo para brincar. A mãe, irritada com a situação e arrependida de ter comprado o coelhinho, diz que nunca, jamais comprara outro brinquedo para a criança. 
           Semanas se passaram e lá estavam as duas, mãe e filha, passeando peles ruas, quando avistam uma nova loja de brinquedos...

  
    



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